domingo, 13 de junho de 2010

Porém e estranhamente...

A face empalideceu, mas ela continuou ali intacta,

Sua pele estava pouco a pouco se desgastando...Se decompondo,

Já não havia tanta cor em sua boca outrora rosada,

E em seus olhos já não havia o excesso de brilho que antes houve.

Tudo lhe parecia cinza agora, até seus cabelos detinham a cor,

Seus dedos tão delicados agora estavam secos e seu toque macio e quente,

Estava gélido, petrificado.

Porém e estranhamente, aos meus olhos ela continuava linda e sua expressão era tão pacificadora,

Que ora me trazia paz, ora um certo temor...Tudo nela era convidativo,

Mas eu não poderia atrever-me a lhe beijar a boca sem saliva.

As recordações atormentavam-me, há pouco aquele seio era palpitante, eu podia senti-lo,

E derrepente disparou até que por fim parou de vez...

Estava morta,

E então pude saber que eu amava a morte.

Porém e estranhamente, aos meus olhos ela continuava linda...

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